Fôrom muitas as fotos que, com o voto do público, chegárom à fase final do concurso fotográfico Feísmo Lingüístico. Todas elas ilustravam bem o processo de hibridaçom que sofre a nossa língua e apontavam a necessidade de tratar o galego com o mesmo respeito com que som tratadas outras línguas, nomeadamente o espanhol no nosso contexto. Porém, a foto ganhadora é, na opiniom do júri reunido, a que melhor resume as circunstáncias desse processo e a que melhor esclarece quem som/os as protagonistas do mesmo. Relativamente a outras fotos que chegárom à fase final, a qualidade técnica desta é relativa, mas foi valorizado positivamente o facto de ter sido obtida em circunstáncias difíceis, com umha imagem fixa capturada de um televisor.
As razons que a tornárom ganhadora som as seguintes:
- Retrata o uso desleixado nom só do galego senom também da cultura e da história da Galiza num contexto comunicativo dominado polo castelhano: a televisom. É nestes ámbitos onde o galego deve fazer mais esforços por alcançar um uso digno que o torne tam válido para transmitir conhecimentos como a língua com que diretamente concorre: o castelhano.
- Nom se limita a denunciar o erro lingüístico involuntário nem a ignoráncia lingüística daquelas pessoas com menos formaçom, senom sobretodo a mentalidade que recusa ao galego a capacidade de ser língua transmissora de conhecimentos. Todos e todas nós poderíamos cometer qualquer um dos três erros presentes no fotograma registado a nom ser que tenhamos a preocupaçom de consultar as formas galegas. Os ou as realizadoras do programa televisivo em causa limitárom-se a consultar a lista de reis sobre a que perguntavam em castelhano e adaptárom-na intuitivamente para o galego, algo inadmissível num ámbito tam formalizado como o televisivo e dependente de umha instituiçom galega.
Como já publicamos nas bases, o nosso concurso nom é umha queixa contra o erro lingüístico involuntário daquelas pessoas que estám a começar a falar ou de quem fala o galego que sempre ouviu na sua casa. Tampouco prentende denunciar a ignoráncia para com a nossa própria língua de que todos e todas somos vítimas. O que pretende é denunciar o desleixo lingüístico, em geral voluntário, daquelas pessoas e instituiçons que nom consideram o galego umha ferramenta comunicativa válida. Mas ninguém deve atirar a primeira pedar sem antes refletir sobre qual é a nossa atitude diária com o galego. Frases como “em galego nom fai graça”, “assim nom o di ninguém”, “que mais dá, o importante é que se entenda”, “na minha aldeia isso nunca se dixo” estám infelizmente associadas fundamentalmente à nossa língua, mesmo entre pessoas que tenhem grande preocupaçom polo idioma. Nesse sentido merece umha mençom especial por parte do júri a foto “Aqui non durme nin Dios“, que retrata bem esta atitude de desconsideraçom polo galego presente em quem mais devia preocupar-se por cuidá-lo: os seus próprios utentes.
Cuidar do galego, tratá-lo com carinho e esmero é, antes de qualquer outra declaraçom radical de intençons, a forma mais eficaz de nos afirmarmos como galegos que queremos continuar a ser.
A pessoa ganhadora foi premiada com 100€ a gastar em vários establecimentos do nosso Projeto Pontos.
PARABÉNS!!!
Obrigadas